Plano de Desenvolvimento USCS 2030

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A formulação do Plano de Desenvolvimento USCS 2030 foi fundamentada nos princìpios  teóricos e metodológicos do Planejamento Estratégico Prospectivo – PEP (Burbano & Ramírez, 2010). O método articula, de forma coerente e consistente, as técnicas da prospectiva estratégica de Godet (1994, 1997); o planejamento por cenários de Heijden (2005); os cenários prospectivos de Schwartz (2000) e o Planejamento Estratégico Situacional de Matus (1997).

 Com o objetivo de elaborar o Plano Estratégico de Desenvolvimento USCS 2030, desde mediados de 2018 foi instituído um Grupo de Trabalho formado por docentes e funcionários, subordinado diretamente à Reitoria e oficializado através da Portaria n° 003/2019.

 Seguindo cronograma previamente estabelecido, o Grupo realizou sessões semanais de trabalho visando discutir e formular o Plano e submeter à consideração e aprovação da Alta Direção os resultados que estavam sendo obtidos de dito processo. Para isso, com base nos fundamentos das Ciências e Técnicas de Governo, a Alta Direção e o Grupo de Trabalho foram treinados pelos professores convidados Luis Carlos Burbano e Aristogiton Moura, na metodologia do Planejamento Estratégico Prospectivo. O treinamento teve como foco aprender fazendo e foi desenvolvido em duas etapas, uma de natureza magistral e outra de natureza prática.

 A tônica do PED USCS 2030 é sua construção coletiva, com participação ativa da comunidade universitária. Nesse sentido, a fortaleza do PED e suas possiblidades de realização residem na mobilização e compromisso dos diferentes atores que fazem parte da nossa instituição. É nessa perspectiva que o processo de formulação do plano previu a ampla participação democrática, por meio da realização de atividades de reflexão sobre a direcionalidade estratégica da USCS, a identificação e análise dos problemas atuais e potenciais que devem ser foco do PED USCS 2030 e a geração de propostas de ação junto com a Alta Direção, os gestores, os funcionários e os estudantes.

Além dessas atividades, foi enviado para cada um dos gestores um formulário com o objetivo de fazer uma pesquisa de informações dos cursos e atividades de Graduação, Pós-Graduação, EAD e Extensão que alimentaram a análise do macroproblema e a elaboração de propostas de ação. Os resultados das sessões de trabalho com a comunidade universitária e do levantamento de informações foram consolidados e sistematizados pelo Grupo de Trabalho para subsidiar a formulação do Plano.

O cumprimento efetivo dos objetivos definidos no PED USCS 2030 vai depender do envolvimento de todos os seus atores internos tanto na execução das ações formuladas quanto do seu monitoramento, avaliação e correção oportuna. Dessa forma, a participação democrática é um princípio que continuará norteando o processo de execução e atualização permanente do PED USCS. 2030.

 

 

COMO PREPARAR O ESTADO PARA TRANSFORMAÇÕES GLOBAIS: Uma Perspectiva de Integração Regional - Yehezkel Dror

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Todos os Estados se defrontam com inovações radicais na dinâmica externa e interna, como uma das principais características do século XXI. Mudanças demográficas, de valores ou na ciência e tecnologia servem como impulsionadores profundos de um novo futuro cujas características não são apenas incertas, mas em grande parte, inconcebíveis. Seja porque o nascimento de um mundo diferente é percebido mais como uma ameaça do que como uma oportunidade, os Estados não têm outra opção a não enfrentar problemas que se apresentam de novas formas e para os quais não existem soluções preconcebidas. Mas  há mais em jogo: não  se trata apenas  de "enfrentar os problemas", mas de melhorar as capacidades dos Estados de exercer uma influência ativa sobre o futuro, conduzindo as sociedades a fim de reduzir a probabilidade do "ruim", aumentando a probabilidade do "bom", à medida que mudam ao longo do tempo, enquanto enfrentam com as  incertezas e com o inconcebível. Em outras palavras, o que é realmente necessário é um "estado original", que se ajuste rapidamente às mudanças das realidades mutantes.

 Essa necessidade é ainda mais aguda na América Latina que, apesar de alguns sinais promissores, é, em termos gerais, uma "grande desilusão". Melhorar as capacidades para governar é, portanto, um imperativo, ainda que não exclusivo, da América Latina.

 Não é à toa que os Estados preferem atribuir as tarefas principais a outros processos sociais, em particular ao mercado. É verdade que os mercados são economicamente ótimos para lidar com algumas características de situações mutantes graças à multiplicidade de atores que, em seu conjunto, têm altas habilidades cognitivas combinadas com uma rápida retroalimentação que elimina muitos daqueles que não conseguem se adaptar a um novo entorno. Mas os mercados só podem funcionar em determinados espaços. O manejo de entornos mutantes pelos mercados, que certamente caracterizará o século XXI, implicará em altos custos sociais, como a escalada do desemprego. O pior de tudo isso, é que da perspectiva dos valores democráticos, os governos eleitos que dependam demais dos mercados desregulamentados, abdicam de seus poderes e responsabilidades, para outros atores e processos que não são democraticamente responsáveis.

 Daí a necessidade de melhorar as capacidades estatais. Essa necessidade é bem ilustrada pelas exigências do enfrentamento com entornos cambiantes.  Há, em princípio, quatro estratégias "puras" para enfrentar as realidades cambiantes: o ajuste prévio, que requer a predição das realidades que virão e os passos para se adaptar a elas com antecedência; o ajuste posterior, que engloba o diagnóstico correto da dinâmica de mudança que está ocorrendo e o desenho de políticas para garantir o ajuste antes que os atrasos causem custos sociais muito elevados; os esforços para influenciar e regular as realidades cambiantes, de maneira a prevenir as mudanças que são difíceis de enfrentar; e o isolamento, que envolve esforços para erguer uma membrana em torno de sua própria sociedade, a fim de reduzir a sensibilidade às mudanças externas.

 


Más allá de la incertidumbre: lo inconcebible - Yehezkel Dror

 Reflexión

Más allá de la incertidumbre: lo inconcebible

YEHEZKEL DROR

Tanto epistemológica como ontológicamente, nos enfrentamos cada vez más a lo que es radicalmente diferente de “incierto”. Epistemológicamente, todo esfuerzo de prospección se basa en alguna combinación de extrapolaciones, teorías y conocimientos tácitos formulados sobre una continuidad visible entre el pasado y el futuro. Sin embargo, los efectos combinados de cambios radicales que afectan profundamente el rumbo de la historia comprometen nuestra capacidad de reconocer patrones imperantes tanto en el pasado como en el futuro, reduciendo así las posibilidades de predicción y llevándonos a enfrentarnos a lo que parece inconcebible.

Este argumento epistemológico está abierto a críticas por parte de quienes creen poder identificar “largos ciclos de la historia” y, de esta manera, predecir el futuro, al menos en términos generales. Sin embargo, el argumento ontológico refuta este punto de vista, reforzando la tesis de la “inconcebibilidad”.

El punto de vista ontológico está bien presentado por el argumento de Karl Popper, que, desde un punto de vista lógico, dice que el conocimiento actual no puede tener un sentido del contenido de un conocimiento radicalmente nuevo. Considerando que nuestro tiempo se ha caracterizado por rápidas transformaciones en el conocimiento con implicaciones sociales radicales, este hecho ya sería suficiente para sustentar la hipótesis de que estamos ante la “inconcebibilidad ontológica”. Bastaría mencionar la posibilidad de la determinación del género durante la concepción, la clonación humana o incluso otras formas extremas de intervención genética para demostrar el siguiente punto: estas tecnologías emergentes perturban la historia, dando como resultado un mundo inconcebible.

Sin embargo, no es sólo la certeza de tales revoluciones científicas lo que nos lleva a la “inconcebibilidad”. Todas las principales tendencias de la historia están experimentando transformaciones radicales, incluido el tamaño de las poblaciones y su composición, las estructuras de poder, las culturas y los marcos de valores, el cambio climático, entre otros. Como resultado, a lo largo del siglo XXI, muchas nociones de la realidad tomarán formas inconcebibles en el presente.

Esto también es cierto cuando se mira al pasado. Baste mencionar la desintegración de la Unión Soviética; el desarrollo de los efectos de globalización que no entendemos, a pesar de su visibilidad; y, el impacto económico en el sudeste asiático para ilustrar el hecho de que lo impensable está sobre nosotros.

Mi valoración general es que estamos en medio de un conjunto de procesos de cambio que producen el paso de etapas que nos conducen a lo inconcebible. Esto también sucedió en el pasado, con la introducción del fuego, la transición a la agricultura, el surgimiento de nuevas formas de fe y conciencia, entre otros momentos. Pero el cambio fue más lento y no tocó a la humanidad. Por tanto, mi valoración es que nos dirigimos hacia el cambio de fase más radical que la humanidad haya experimentado jamás.

Es cierto que el actual proceso de cambio de fase también lleva algún tiempo y que el agente más importante de la historia, a saber, las características centrales del ser humano como especie son, en la actualidad, estables. Sin embargo, el proceso de cambio se acelera y profundiza. Además, respecto a las características básicas del ser humano, no sólo no sabemos qué sería un individuo “hard-wired” y qué sería culturalmente modificable y estaría cambiando, sino que lo cierto es que la humanidad intervendrá en su estructura y en sus procesos bio-neurológicos. Como resultado, los procesos de cambio en curso están produciendo la ruptura más radical de la continuidad. Un quiebre comparable en términos de “inconcebibilidad”, por ejemplo, a la posibilidad mucho menor de encontrar vida inteligente en seres extraterrestres.

¿Puede la imaginación, sin embargo, ayudarnos? Tenemos noticias de pensadores que, en el pasado, imaginaron ciertos rasgos sobre el futuro que eran virtualmente inconcebibles en su tiempo. Es más, muchos pretenden, hoy en día, ser capaces de considerar lo que yo llamo “inconcebible”, como por ejemplo establecer los primeros contactos con seres de otros planetas.

Sin embargo, aquellos que dicen que consideran lo inconcebible no me impresionan. Sus formulaciones cuentan muy poco e incluso pueden ser útiles al alertarnos sobre la posibilidad de rupturas en la historia. Sin embargo, sus puntos de vista sustantivos de cómo sería el mundo después de que los seres humanos fueran rediseñados, después de los visitantes fuera del planeta, después de la guerra biológica mundial en una escala desproporcionada, no tienen base, ni siquiera epistemológica ni ontológico. Además, la posibilidad hipotética de que, en el futuro, algún Nuevo Mundo actualmente imaginado sea tomado como profético no nos ayuda a decidir ahora qué visión del “futuro radical” valdría la pena considerar de alguna manera.

Sin embargo, es difícilmente plausible que cualquiera de estas visiones del presente pueda ser admirada en el futuro como una predicción de lo que iba a ocurrir. Los futuros imaginados discutidos en conferencias y en la literatura sobre el futuro ni siquiera son “radicales”. Generalmente, estas visiones son bastante dóciles asumiendo, al menos tácitamente, que el futuro transformado pueda encuadrarse en las principales categorías y valores del presente. La imaginación que realmente podría incluso ilustrar la "inconcebibilidad" sin preverla es, de hecho, muy rara.

Situar la “inconcebibilidad” en el centro de las consideraciones futuras, prepararse para ello y tratar de influir en esa posibilidad plantea varios problemas. Sólo para ilustrar, cuatro de ellos serían:

- Eslóganes como “desarrollo sostenible” pueden reconocerse como fundamentalmente incompletos en su premisa de la posibilidad y el deseo de continuidad a largo plazo de las principales características de la existencia humana. En cambio, los esfuerzos deberían dirigirse a aceptar y utilizar cambios radicales para aumentar el potencial evolutivo sin detenerse en los conceptos actuales de "recursos". Ciertamente, deben evitarse las catástrofes a gran escala que amenazan la supervivencia de la humanidad o producen un sufrimiento generalizado, pero esto es muy diferente de la mayoría de las nociones de “sostenibilidad”.

- La inevitabilidad de los traumas sociales requiere grandes esfuerzos para reducir los peligros y los costos ayudando, por ejemplo, a las sociedades a establecer redes de seguridad y contener posibles reacciones violentas.

- Los gobiernos deben construir capacidades para fortalecer los recursos sociales para enfrentar los cambios de fase e imponer ciertos controles sobre sus direcciones y efectos. Este no es un tema que se pueda dejar en manos del mercado y de la sociedad civil. Por el contrario, los gobiernos, incluidos los mecanismos de gobernanza global, deben fortalecerse radicalmente en su autoridad y en la mejora de las capacidades cognitivas para lograr, como mínimo, los objetivos de evitar catástrofes y reducir los costos sociales.

- Las comunidades epistémicas de planificadores de políticas y futuros académicos deberían ser mucho más sensibles a la "inconcebibilidad", poniendo énfasis en la creatividad de las opciones, alternativas más elásticas y lidiando con las crisis mientras se muestran escépticos sobre las predicciones estrechas. Debe evitarse la presunción de predecir el futuro a largo plazo, la visión prospectiva sin límites contingentes debe ser la regla, y “pensar el año 3000” debe tomarse como una presunción estúpida, que de hecho lo es.

Sin embargo, se necesita hacer más. El surgimiento de la probabilidad trae consigo una revolución en el pensamiento y la toma de decisiones. En realidad, en toda percepción de la realidad. Se necesita nada menos que una revolución en los conceptos cognitivos y modelos de pensamiento para tratar de lidiar con la creciente “inconcebibilidad”. Este es el principal desafío al que nos enfrentamos, tanto los analistas de políticas como los profesionales.

 

El autor

YEHEZKEL DROR. Profesor del Departamento de Ciencias Políticas de la Universidad Hebrea de Jerusalén, Israel. El presente texto está extraído de “Pronóstico tecnológico y cambio social”, Elsevier Science Inc. Nueva York, 1999.